sexta-feira, 4 de julho de 2008

É ISSO AÍ
Há menos de um mês comentei com filhas a beleza do filme “O Escafandro e a Borboleta”.
Costumo ver os filmes em área 1 – com legendas no idioma original ou em espanhol, porque o português continua sendo desprezado código pelo resto do mundo. Muitas locadoras oferecem filmes em área 1 (USA e Canadá), ou em área 2 (Europa), filmes esses que ainda não foram lançados em circuito nacional ou que nunca o serão, ou que estão em cartaz.
Acabei de ler no encarte RIO SHOW d’O GLOBO feito por Carlos Alberto Mattos - é justo e informativo, não fossem os críticos dessa sessão pessoas competentes.
Qualquer julgamento é sempre subjetivo, não há como não ser. Então lá vai o meu.
Não vejo a tônica “subjetividade” em O Escafandro e a Borboleta – todos os filmes têm a marca do diretor com o matiz da subjetividade. O que me impressionou no filme foi a “objetividade” com que é apresentada a história – isto é, a narrativa do filme.
Não há neste filme o menor tropeço em culpa/castigo, nem um disfarçado escorregão na pieguice ou piedade.
Não há como fugir à catarse que provoca. E isso é arte.
Ali como em qualquer tragédia está a nu e em carne viva o que é “ser humano para o ser humano” (a língua portuguesa está aí pra ser usada).
A começar pelo título que é estupendo: nada mais livre, leve e solto do que a borboleta, e, nada mais pesado, fechado e asfixiante do que o escafandro (ainda que esteja em perfeito estado). O ar (a vida) é fácil e franco para uns e difícil e dosado para outros.
Por que? Só os deuses sabem a resposta. E aí está o princípio da tragédia: um homem comum, sem uma grande culpa, é atingido pela...própria condição humana. Não bebia demais, não fumava, editor de uma revista mundialmente reconhecida, filhos com saúde, uma ex “equilibrada” e uma “em pauta” satisfatória, enfim-enfim.
Mas era gente. Olha aí a merda. Poste não tem aneurisma, pressão alta ou outros que tais. Então, resumindo, AVC não dá em poste, só em gente. E se você nasceu gente, desista de ser poste.
Há um recado importantíssimo no filme: tenham todas as informações possíveis de como tratar um doente ou um deficiente – não são os beijinhos que muito importam, às vezes o apagar a luz na hora certa é o grande carinho.
Diretor que dê “o pulo do gato”, há poucos. Esse conseguiu. É a tal da criatividade.
Não há análises elípticas-psicológicas-escafândricas a teclar.
Para mim o filme é - é isso aí.
“Carpe diem!”, sabiamente diziam os romanos a caminho do Coliseu.

3 comentários:

Unknown disse...

Você está "empossívellll"! Ok, mum. Estou querendo muito ver "O Escafandro e a Borboleta", o que só faz aumentar a minha lista de pendências. Vou providenciar tempo e paz de espírito, pois parece que meus 3 neurônios e meio vão ter trabalho. Mas já tenho uma visão do filme, passada de mãe para filha, o que já vale como uma cola e tanto. Depois falamos sobre o filme. Mas "Um Lugar na platéia" está na pole position das pendências. E para eliminar as pendências tenho que aprender, também com você, a virar coruja e ir dormir somente às 3 da matina. Aí o meu dia vai render! Difícil vai ser continuar levantando às 7:30. Ai que vontade de ser poste ... só por uns dias...
beijos
Josi

Anônimo disse...

Filha é filha!!!
Melhor que isso - se possível - os filhos de filhas.
Bijins
Maman

edith sarmento dutra disse...

Amigos queridos, Telma e Oscar.
Saudade é querer ver de novo.
Mas o que importa é vcs terem se encontrado na vida e eu ter encontrado vocês.
Agora já sou capaz de responder neste estratagem - e mais fácil pra vcs é apostar no anônimo (disfalçado é mió).
Beijinhos carinhosos pra vcs e os lindos Bernardo e Rodrigo (as catalãs devem estar acenando com as calcinhas...)
Edith