Vocês sabem, psicanalista é cheio de idéias que não servem pra nada a não ser pra épater chaque bourgeois. Eu, por exemplo, se conseguir ler qualquer coisa de Lacan fico chapada (de burrice mesmo) mas achando liiiindo.
Então (diz o paulista), os psis inventaram um negócio de "encontro faltoso", que não é faltar ao encontro. Nããão. Seria troppo facile. É a vida que falta a esse encontro. Seguinte: mixou. Para ficar ainda mais claro: Romeu e Julieta, Abelardo e Heloisa, Tristão e Isolda, Eu e Ralph Fiennes, e o casal aí ao lado. Um amor imenso que não chega aos finalmentes - não continua pela vida, não se realiza, não faz compra em super mercado ou ap. pela Caixa. E, fala sério, esse tipo de desacerto dá bestseller.
No entanto fomos criados com contos infantis que tinham um final feliz. Ou um final.
O princípe casou com a princesa dorminhoca e imbecil que adora fiar.
Outro príncipe casou com uma branquela viciada em orgias com pedófilos baixinhos.
Um outro príncipe casou, esse foi esperto, com uma faxineira lelé que conversava com ratos.Mas tudo muito lindo.
Crescemos e resolvemos ficar embodiados.
Querer o empossivéu - Eu e Ralph Fiennes, ou qualquer outro, ora.
MY BLUEBERRY NIGHTS ou UM BEIJO ROUBADO
Antes devo levar ao conhecimento dos desocupados que me lêem que, nos meus verdejantes 70 anos, ainda fico fascinada com a imbecilidade dos títulos, em português, dos filmes em língua estrangeira.
My Blueberry Nights vale pelo enlouquecedor Jude Law e por tudo o mais. Tudo. Narrativa, fotografia, música, editoração, produção e direção; direção é coisa que eu não entendo bolacha, mas no caso só pode ser ótima pra chegar até onde mora a beleza. Kar Wai Wong - chinês jovem e espertíssimo! Diretor que dá ao filme o encanto, a delicadeza e a excelência próprias a uma obra de arte. Dele também o belíssimo In the Mood of Love e o intrigante e instigante 2046. Todos em qualquer biboca locadora. Vale todas as penas e plumas.
Blueberry mostra a grande perda sem resgate. Chato. Pior! A perda de um amor que a gente nem tava aí. Jogar fora o bilhete premiado. Ô desatenção, faça não...Não estar atento à vida e nem ao amor. Não dimensionar e nem valorizar o amor recebido. Não saber reconhecer o amor. E por aí vamos. Nesses casos há o luto eterno; ninguém se recupera.
Correndo paralelo há o saber do amor.Os que sabem do amor dele reconhecem o perfume, ou a melodia, ou o sabor, e esses, ah esses, são os felizes que vivem prazeirosa e diariamente "o amor eterno enquanto dure".
O Beijo Roubado (eu hein!) é um brinde aos abençoados com a calma no amar.
Seduzir é da mulher. A mocinha do filme, boa cantora e agora ótima atriz, foi uma Sherazaade e tanto.
Gente, tem algo mais seguro do que um homem seguro?
Tem. Jude Law.
3 comentários:
Adorei! Bjos
Bem lembrado!
My Blueberry Nights foi um dos melhores que vi nos últimos tempos.
O colorido, o ritmo, a história... E tem o Jude Law que é mesmo de deixar a gente Down by Law. Aquelazinha, Natalie Portman, é nojenta de linda e boa atriz.
Valeu Mummy!
Beijo
Manu
Maravilhoso o texto, só faltou o faltoso Marcelo e Woody Allen (sem comentários)...
Estou me enfronhando neste mundo cheio de bloguices e descobrindo seus encantos!
Quanto a Blueberry Nights, a trilha é excelente!
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