sábado, 30 de agosto de 2008




Michelangelo e eu
Há muitos e muitos anos, quando pela primeira vez vi, em um livro de arte, as pinturas de Michelangelo na Capela Sistina achei muito estranho as mulheres terem corpos tão másculos, viris, e as mesmas caras. Eu era muito menina para ir atrás dos porquês.
A vida foi muito generosa comigo. Em tudo. Até em, bem jovem, saber de Michelangelo.
Seguinte: as 3 imagens são de estudos do artista.
A 1ª e a 2ª mostram figuras de traços viris. A 1ª não é identificada, sem quaisquer referências quanto ao modelo, ainda assim as feições são de um rapaz, ou melhor, são nitidamente andróginas; nada tem a ver o brinco, apesar de feminino não identifica o sexo do modelo.
A 2ª figura é o estudo para uma das Sibilas. Eu que não sou besta nem nada fui logo pesquisar nos meus alfarrábio michelângicos e lá estava, na mesma posição, a Sibila Libica ( ou da Líbia).
Corpo masculino, sem dúvida.
Ora, é sabido que a maioria dos pintores na Itália, desde aquela época até o séc. XVII tinham como modelo um homem. Afinal o corpo de um homem é muito mais difícil de pintar por todos os músculos que dão volume e sombra. E se o pintor fosse boiola... olha a beleza!!! Anyway, aproveitem a graça desses estudos.
A 3ª imagem é pra mostrar que barriga tanquinho não é tão moderna. A turma já apreciava. Vide o Adão da Capela Sistina. No Paraíso devia haver ótimas academias. Esse é um estudo para o Adão, ao receber o toque da vida, dado por Deus coisa que o ET também usava.
Eu sei que vocês sabem o que é Sibila, mas talvez haja quem não saiba...
Sibila é basicamente Pitonisa -mulher, sacerdotisa, que recebia de Febo Apolo (ou Apolo Brilhante, aff) os oráculos e os transmitia aos que com ela se consultavam. Os Oráculos nunca eram respostas claras ou diretas, precisavam ser decifrados. Uma chatice a mais além do problema. E não é?

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